terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A AFETIVIDADE NA PERSPECTIVA DE VYGOTSKY

Escolhi a teoria de Vygotsky porque o ponto de partida desta minha reflexão encontra-se no grande valor que a teoria vygotskyana dá ao processo de interação e, nesse caso específico, como educadora, às intervenções pedagógicas e ao ensino na construção do conhecimento. Quando me referio ao valor das interações em sala de aula, é importante penso que este referencial não compactua com a ideia de classes socialmente homogêneas, onde uma determinada classe social organiza o sistema educacional de forma a reproduzir seu domínio social e sua visão de mundo. Também não aceito a ideia de sala de aula arrumada, onde todos devem ouvir uma só pessoa transmitindo informações que são acumuladas nos cadernos dos alunos de forma a reproduzir em determinado saber eleito como importante e fundamental para a vida de todos. Quando imagino uma sala de aula em um processo interativo, estou acreditando que todos terão possibilidade de falar, levantar suas hipóteses e nas negociações, chegar a conclusões que ajudem o aluno a se perceber parte de um processo dinâmico de construção.
Me identifico com essa teoria porque acredito que a concepção de que é o aprendizado que possibilita o despertar de processos internos do indivíduo liga o desenvolvimento da pessoa a sua relação com o ambiente sociocultural em que vive e reconhece que a situação do homem como organismo não desenvolve plenamente sem o suporte de outros indivíduos de sua espécie. Assim, o conceito de zona de desenvolvimento proximal diz respeito a funções emergentes no sujeito, a capacidades ainda manifestadas com apoio em recursos auxiliares oferecidos pelo outro. O que irá caracterizar o desenvolvimento proximal é justamente a capacidade que surge e desenvolve de modo partilhado. Com seu burilamento e internalização, o desenvolvimento se consolida, abrindo sempre novas possibilidades de funções emergentes.
CONCLUSÃO
Vygotsky dá uma atenção especial à educação por considerar que ela possibilita desenvolver modalidades de pensamento bastante específicas, possuindo um papel diferente e insubstituível, na apropriação pelo sujeito da experiência culturalmente acumulada. Justamente por isso, ela representa o elemento imprescindível para a realização plena do desenvolvimento psíquico dos indivíduos já que promove um modo mais sofisticado de analisar e generalizar os elementos da realidade: o pensamento conceitual. Para ele, o universo da educação escolar torna acessível ao sujeito o conhecimento formalmente organizado e que o desafia a entender as bases dos sistemas de concepções científicas e a tomar consciência de seus próprios processos mentais.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA
Publicação: Série Ideias n. 28. São Paulo: FDE, 1997 Páginas: 111-122. 
REGO, Teresa Cristina. Vygotsky. Uma perspectiva histórico- cultural da educação. RJ: Vozes, 1995. 
OLIVEIRA, Marta Kohl de, Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento um processo sócio-histórico. São Paulo: editora Scipione, 1995.

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