A “CIÊNCIA DAS CRIANÇAS”
Muitas
pesquisas demonstraram que os estudantes têm ideias muito mais articuladas do que
se pensava, mesmo após os estudos de Piaget.
O conhecimento que os alunos têm sobre a reprodução dos seres vivos pode
servir de exemplos. Apesar de uma situação
muito diferente.
A
ciência pode ser definida como o conjunto dos conhecimentos que a humanidade acumula
a respeito da natureza e do seu funcionamento.
Consequentemente, ao ensinar Ciência você estará dando aos seus alunos à
oportunidade de ampliar aquilo que já sabem sobre a natureza, conhecimento que elaboram
a partir de suas experiências cotidianas e do conhecimento acumulado por seu grupo
social de origem.
Embora a problematização do conhecimento
prévio dos alunos seja fundamental para eles avançarem em seus conhecimentos, muitas
vezes ela não é suficiente. Isto porque as
associações e as explicações que os alunos elaboram de forma espontânea tem uma
profunda relação com as suas capacidades para compreender, abstrair e relacionar
as informações que recebem de seu entorno.
Dependem, portanto, das suas condições cognitivas e afetivas, o que varia
bastante de idade para idade e também conforme as experiências socioculturais do
grupo de origem da criança.
Uma
proposta de ensino de ciências baseada em pressupostos construtivistas indica que
é de fundamental importância conhecer as representações ou as ideias espontâneas
dos alunos antes de se iniciar o estudo sobre um determinado assunto.
Existem
algumas decorrências práticas quando se ensina Ciências com o objetivo de que os
alunos realmente modifiquem as suas formas de compreender o mundo. A incorporação de alguns dos procedimentos do
método científico aos conteúdos trabalhados na educação infantil e também nas séries
iniciais do ensino fundamental demanda, assim, algumas orientações didáticas que
reorientem a seleção e o tratamento dos conteúdos.
Desde muito cedo a criança manifesta uma predisposição natural para investigar,
é como que uma motivação intrínseca para tentar descobrir tudo aquilo que a rodeia
baseada nas suas intuições, nas suas percepções físicas imediatas.
As observações e manipulações sobre o seu meio envolvente,
permitem aprofundar conhecimentos, possibilitam o estabelecimento de
semelhanças e diferenças, reconhecer mudanças, compreender fases e processos...
Cabe aos adultos que rodeiam a criança, estar despertos para estas
problemáticas (sem condicionar o raciocínio) e perceber, que a criança precisa do
concreto para aprender a realidade, que são elas a percorrer o caminho das descobertas,
a criarem hipóteses para as suas questões para poderem posteriormente, tentar resolver
os problemas ao seu nível de compreensão, através de atividades lúdicas e divertidas.
Assim, é também importante salientar, a criação de Projetos Pedagógicos que
incluam a resolução de problemas reais e significativos, que envolvam uma grande
variedade de materiais concretos e que contem com a colaboração contínua dos profissionais,
das famílias e da comunidade.
Este posicionamento face às ciências passa sobretudo pelo educador
assumir uma atitude que se baseie essencialmente no tentar apoiar e perceber o percurso feito pelas
crianças, colocando-lhes desafios, levando as mesmas a desenvolver formas mais elaboradas
de pensamento, como uma forma de
aprender e de dar sentido ao mundo.
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