terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

AS IDEIAS ESPONTÂNEAS DAS CRIANÇAS

A “CIÊNCIA DAS CRIANÇAS”
Muitas pesquisas demonstraram que os estudantes têm ideias muito mais articuladas do que se pensava, mesmo após os estudos de Piaget.  O conhecimento que os alunos têm sobre a reprodução dos seres vivos pode servir de exemplos.  Apesar de uma situação muito diferente.
A ciência pode ser definida como o conjunto dos conhecimentos que a humanidade acumula a respeito da natureza e do seu funcionamento.  Consequentemente, ao ensinar Ciência você estará dando aos seus alunos à oportunidade de ampliar aquilo que já sabem sobre a natureza, conhecimento que elaboram a partir de suas experiências cotidianas e do conhecimento acumulado por seu grupo social de origem.
Embora a problematização do conhecimento prévio dos alunos seja fundamental para eles avançarem em seus conhecimentos, muitas vezes ela não é suficiente.  Isto porque as associações e as explicações que os alunos elaboram de forma espontânea tem uma profunda relação com as suas capacidades para compreender, abstrair e relacionar as informações que recebem de seu entorno.  Dependem, portanto, das suas condições cognitivas e afetivas, o que varia bastante de idade para idade e também conforme as experiências socioculturais do grupo de origem da criança.
Uma proposta de ensino de ciências baseada em pressupostos construtivistas indica que é de fundamental importância conhecer as representações ou as ideias espontâneas dos alunos antes de se iniciar o estudo sobre um determinado assunto.
Existem algumas decorrências práticas quando se ensina Ciências com o objetivo de que os alunos realmente modifiquem as suas formas de compreender o mundo.  A incorporação de alguns dos procedimentos do método científico aos conteúdos trabalhados na educação infantil e também nas séries iniciais do ensino fundamental demanda, assim, algumas orientações didáticas que reorientem a seleção e o tratamento dos conteúdos.
Desde muito cedo a criança manifesta uma predisposição natural para investigar, é como que uma motivação intrínseca para tentar descobrir tudo aquilo que a rodeia baseada nas suas intuições, nas suas percepções físicas imediatas.
As observações e manipulações sobre o seu meio envolvente, permitem aprofundar conhecimentos, possibilitam o estabelecimento de semelhanças e diferenças, reconhecer mudanças, compreender fases e processos...
Cabe aos adultos que rodeiam a criança, estar despertos para estas problemáticas (sem condicionar o raciocínio) e perceber, que a criança precisa do concreto para aprender a realidade, que são elas a percorrer o caminho das descobertas, a criarem hipóteses para as suas questões para poderem posteriormente, tentar resolver os problemas ao seu nível de compreensão, através de atividades lúdicas e divertidas.

Assim, é também importante salientar, a criação de Projetos Pedagógicos que incluam a resolução de problemas reais e significativos, que envolvam uma grande variedade de materiais concretos e que contem com a colaboração contínua dos profissionais, das famílias e da comunidade.

Este posicionamento face às ciências passa sobretudo pelo educador assumir uma atitude que se baseie essencialmente no tentar apoiar e perceber  o  percurso  feito  pelas  crianças,  colocando-lhes  desafios,  levando  as  mesmas  a  desenvolver  formas  mais  elaboradas  de  pensamento,  como uma  forma  de  aprender  e  de  dar  sentido  ao  mundo.

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