terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

HISTÓRIA DO ENSINO DE CIÊNCIAS.

No século XIX, a educação passou a ser vista como instrumento ascensão social. A escola, então, passou a  ter a função de desenvolver a educação moral e cívica do aluno que era, até então, de responsabilidade do ensino religioso. Desejava-se cultivar valores morais, tais como: respeito à ordem, disciplina, tolerância, amor ao dever, apreço ao trabalho, autocontrole, decência, lealdade, caridade, amor à pátria. 
A partir da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases de Educação, é que o ensino de Ciências se tornou obrigatório em todos os anos do Ginasial (atual ensino fundamental). A LDB 4024/61 ampliou bastante a participação das Ciências no currículo passando a figurar desde o primeiro ano do curso ginasial. 
Com a lei, a LDB pensava que o ensino melhoraria, porém inúmeros são os obstáculos que ainda enfrentamos, para termos um ensino de qualidade no Brasil, principalmente nas séries iniciais que também possamos ter professores bem preparados e renumerados para desempenhar um ótimo trabalho com os nossos alunos. 
Os currículos previam, ainda, a escolarização de vários outros saberes sociais, além do conhecimento científico, como: a ginástica, a música, o desenho, a escrituração mercantil, o sistema de pesos e medidas, as  noções de horticultura, os trabalhos manuais, a higiene, a economia doméstica, entre outros. 
Nas séries iniciais, foi implantado o Método Intuitivo, que pressupunha que a aquisição de conhecimento por  parte do aluno advinha da observação dos fenômenos naturais. Para o ensino de Ciências. 
Que no futuro próximo o governo venha dá um ensino de qualidade as nossa crianças brasileiras.
O ensino de Ciências nas séries iniciais possui algumas particularidades quando comparado às outras séries da Educação Básica. Normalmente, neste nível de ensino, o professor tem formação mais genérica e é responsável pelo ensino de todas as áreas do conhecimento. Com isso os professores muitas vezes acabam restringindo o ensino de Ciências ao uso de questionários, exigindo que os alunos apenas decorem as informações e as reproduzam na prova. Pensam que ensinar Ciências é apenas transmitir conhecimentos prontos. Muitos docentes possuem a crença de que basta "falar os conteúdos" ou "dar a resposta" para que os estudantes aprendam.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais recomendam que o ensino de Ciências já incorpore, nível de ensino, questões referentes ao processo de alfabetização científica e tecnológica da criança. Isso cria um paradoxo entre a formação atual dos professores e a necessidade de se ensinar. 
Porém, essa proposta exige um novo professor, disposto a rever suas práticas em sala de aula, enfim, disposto a mudanças. Mas para mudar a forma de conceber o seu ensino não basta que o professor conheça novas teorias no campo da ciência e da educação, como pressupõe o paradigma da racionalidade técnica. É necessário que ele seja estimulado a formular perguntas fundamentais sobre si mesmo e sobre as tarefas que cumpre.
A sociedade passou a confiar na ciência e na tecnologia como se confiasse em um deus. A lógica do comportamento humano passou a ser a da eficiência tecnológica e suas razões também se tornaram as mesmas da ciência. Como consequência do cientificismo que emergiu deste processo, com a supervalorização da ciência surgiu o mito da salvação da humanidade, ao se considerar que todos problemas humanos podem ser resolvidos cientificamente.
Esse conjunto de fatores possibilitou uma tomada de consciência, por parcelas cada vez mais amplas da população, em relação aos problemas ambientais, éticos e de qualidade de vida. Passou-se então a exigir certo controle da sociedade sobre as atividades científico-tecnológicas. Um dos objetivos centrais desse movimento consiste em colocar em outro plano as tomadas de decisão em relação à CT, pois reivindicam-se decisões mais democráticas. 
Para isso, a população precisa participar das discussões dos problemas decorrentes das novas tecnologias, pois todos serão afetados, sem distinção de raça, sexo ou posição social. Mas, para poder opinar e decidir, é preciso primeiro conhecê-las Para isso, há um grande consenso sobre a necessidade de uma alfabetização científica que possa preparar os cidadãos para as tomadas de decisões neste novo milênio.
Segundo os PCNs, é impossível pensar na formação de um cidadão crítico que está a margem do saber cientifico quando se vive em uma sociedade que supervaloriza o conhecimento científico de maneira cada vez mais frequente, da tecnologia em seu cotidiano. 
O estudo de Ciências continua se resumindo à memorização classificações, descrição de fenômeno, resolução de problemas por meio de fórmula, embora os Parâmetros Curriculares Nacionais, já indiquem que o aluno do ensino fundamental seja capaz de, entre outras coisas, compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser integrante e agente de transformações do mundo em que vive. 
A eficiência do modelo de contextualização, seja ela como for, vai depender muito dos objetivos do professor. Se o objetivo dele for fazer com que o aluno tenha interesse nas aulas de Ciências, uma aula que explore situações do cotidiano desse aluno de fato pode se tornar uma aula bastante interessante. Por outro lado, se a intenção do professor for que esse aluno memorize datas, nomes, conceitos e fenômenos, sem se preocupar com aspectos ligados à construção de um pensamento critico, talvez esse método não seja o melhor.
Deverá formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar.
Também deverá compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, distinguindo usos corretos e necessários daqueles prejudiciais ao equilíbrio da natureza e ao homem.
Essa nova maneira de enxergar a educação, e em especial o ensino de Ciências, deve considerar como um sujeito social, cultural, político e, principalmente nos dias atuais, ecológico. Essa nova situação exige uma nova consciência pedagógica por parte do docente, para que esta individualidade de cada aluno, especialmente no que diz respeito à sua forma de interagir. Por outro lado para que a aprendizagem seja significativa é importante considerar o desenvolvimento cognitivo dos estudantes, suas experiências pré-escolares, sua idade, sua identidade cultural e social, além dos diferentes significados e valores que as Ciências Naturais podem ter para todos. 
Os PCNs dividem os conteúdos de Ciências em blocos temáticos, alterando aquela organização tradicional de blocos de conteúdos, de maneira a facilitar o trabalho interdisciplinar e dar liberdade de estabelecer diferentes sequências ao longo dos ciclos. Cada bloco apresenta um conjunto de conceitos e procedimentos que podem ser trabalhados de modo a permitir que o aluno compreenda a temática. 
Os Blocos Temáticos são: 
· Bloco Temático Ambiente; 
· Bloco Temático: ser Humano e Saúde; 
· Bloco Temático: Recursos Tecnológicos.
Os blocos temáticos devem permitir aos alunos a compreensão dos fenômenos naturais de maneira integrada, o que só será possível por meio de um trabalho interdisciplinar. Conceitos como energia, matéria, espaço, tempo, transformação, sistema, equilíbrio, variação, ciclo, fluxo, relação, interação e vida, devem ser apresentados aos alunos segundo as diferentes visões das diferentes disciplinas. 
É necessário que nós como professores amplie, por meio dos conteúdos, os horizontes sociais e culturais em que as crianças estão inseridas, de modo a proporcionar novas ambições, em especial em realidades tão castigadas por desigualdades e onde as oportunidades são tão escassas. 
A avaliação tem se restringido a verificar o quanto o aluno aprendeu ou memorizou. Exige que o aluno memorize alguns conceitos e dados e os reproduza em si. Portanto, esse tipo de avaliação apenas verifica sua capacidade de memorização. Esse aluno é aquele que tem memória privilegiada e que reproduz na prova respostas extraídas de livros ou do caderno. Mas será que esse aluno aprendeu realmente? 
As avaliações também devem levar em conta a aquisição de determinadas habilidades e competências adquiridas pelos alunos. Elas podem ser realizadas solicitando aos alunos que interpretem problemas reais que exijam o entendimento de determinados conceitos. Assim, questões que trazem histórias, uma figura, um trecho de texto ou um experimento podem compor uma prova e configurá-Ia como de excelente qualidade. 
Um cuidado, em especial, deve ser tomado nas primeiras séries do ensino fundamental. Nenhuma situação completamente nova deve ser apresentada ao aluno no momento da avaliação. Isso não significa que devamos repetir as situações vivenciadas anteriormente nas aulas, mas criar situações semelhantes a elas que induzam o aluno a comparar, relacionar, registrar ou desenvolver qualquer outro procedimento que tenha apreendido de fato. E essas avaliações devem ser repetidas algumas vezes para que o professor tenha o diagnóstico correto sobre a aprendizagem ou não por parte do aluno. Dessa forma, a avaliação estará verificando tanto a aquisição de conceitos quanto a aprendizagem de procedimentos e atitudes. 
A falta de formação em Ciências, associada às deficiências dos cursos de formação de professor, faz com que o nível de ensino tenha pouca segurança quanto aos conteúdos e não conheça as tendências pedagógicas e políticas para o ensino de Ciências. 
É importante que o aluno ganhe consciência de que os modelos que traz de sua vida pré-escolar não são suficientes para explicar um fenômeno e que a Ciência pode se apresentar como um caminho para melhorar tais conceitos. Ao confrontar os conhecimentos científicos com seus conhecimentos prévios, o aluno pode ser capaz de utilizá-los em diferentes situações, de acordo com sua necessidade. Devemos perceber que os alunos podem adquirir os conceitos científicos mas ainda preservar conceitos ativos , podendo lançar não de diferentes domínios em situações diferentes de seu cotidiano.
Em tempos em que a informação muda diariamente, principalmente aquela associada aos avanços científicos e tecnológicos, o professor de Ciências não pode continuar achando que ele é o único detentor do conhecimento científico e a única fonte de conhecimento para o estudante.
Não devemos esquecer também de que o trabalho depende em grande parte do compromisso que nós professores temos que aceitar o desafio de executar um ensino mais diversificado e atraente, assim como o alunos com a disciplina e particularmente com o professor. 
Trabalhar com projetos exige uma reavaliação do currículo escolar, de forma a torna-lo mais comprometido com os desafios do século XXI, os quais os alunos enfrentarão em sua vida. 
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais o projeto é um trabalho em equipe que favorece a articulação entre os diferentes conteúdos da área.
O aluno do ensino fundamental costuma permitir apenas pequenas ideias, não costumam ser inovadoras, o mais importante é valorizar a contribuição para os valores humanos e ecológicos. É importante que o trabalho com projetos adquira aspectos estéticos, afetivos e tecnológicos para que o saber tenha significado de valores humanos. é preciso conhecer as diferenças que existem entre um projeto de ensino e um aprendizagem.
Trabalhar com o projeto deixa a tarefa de ensinar menos árdua, uma vez que essa responsabilidade é compartilhada pela equipe e que essa metodologia deve ocorrer de maneira coletiva, pois os alunos também se tornam ativos no processo de aprendizagem. Isso supera a ideia de que o professor sabe tudo e é o único capaz de ensinar seu aluno. Dessa maneira, o que se deseja é desenvolver mais autonomia no aluno que agora pode se tornar capaz de aprender sozinho.

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